As minhas Princesas

18/01/2013

Neva, de vez enquando


Uma das coisas que mais me fascina é a neve. Nunca me lembro de ter visto nevar antes de ter vindo para Inglaterra. Na Zona de Londres nunca caem grandes nevões, mas todos os anos neva. Muitas vezes a neve não fica em lado nenhum (acho que a expressão doesn´t settle explica muito melhor).
Mas todos os anos neva pelo menos duas vezes. E quando neva a loucura é geral! Os ingleses vivem tudo muito intensamente.
Quando se prevê que vai nevar, o serviço de meteorologia lança alertas e mais alertas. E se neva de facto...mesmo que só seja dois cm, o país pára. As escolas fecham. Os comboios param.  Fecham os aeroportos. Não há autocarros. As estradas ficam intransitáveis. As empresas fecham, ou porque os trabalhadores não têm como chegar lá, ou porque como as escolas estão fechadas, têm de ficar em casa com as crianças. 
Estou por cá há cerca de 7 anos e todos os anos é o mesmo.
Hoje nevou. Fomos avisados que iria ser mesmo muito mau. Neve prevista para todo o país. E de facto nevou. Mas começou a nevar só às 8.30am. Portanto as crianças já estavam na escola e as pessoas já estavam no trabalho, ou a caminho. Mesmo assim, ainda não tinha começado a nevar e a Soutwest Trains (empresa de caminhos de ferro que serve a minha zona, já tinha fechado 4 rotas, só para jogar pelo seguro). Hoje nevou bastante. Cerca de 10cm e neste momento (quase 9pm) ainda está a nevar. Mas desta vez é diferente. As escolas não fecharam, embora nos tenham dito que se podíamos ir buscar as crianças duas horas antes da hora de saída. As empresas não fecharam, mas deixaram-nos sair mais cedo. Algumas companhias e rotas de comboio continuaram a funcionar e o aeroporto de Heathrow esta a funcionar, com alguns cancelamentos, mas a funcionar. Pela primeira vez em sete anos, vejo alguma normalidade face à neve. 
Eu adoro quando neva. É maravilhoso ver nevar. Flocos a dançar no ar e o silencio é total. O silencio é espectacular. Para mim é muito relaxante. A neve é muito, muito fria. Nos filmes vemos as pessoas a brincar e brincar na neve, mas eu ao fim de uns minutos na neve estou congelada. O ar fica muito frio, como se estivéssemos dentro de um congelador. 
Adoro o barulho que faz ao andar na neve. Comparo-o com o ronronar de um gatinho.
Quando a neva se acumula, depois de ser pisada várias vezes pelas pessoas, começa a ficar super compacta e forma uma camada de gelo horrível. Isso é que não gosto mesmo nada. Quando os passeios parecem ter neve e depois são autênticos ringues de patinagem, em algumas zonas vêmos contentores com sal e algumas pessoas espalham-no nos passeios. Nas ruas principais passam carros especiais da câmara que espalham sal, para derreter a neve e impedir a formação de gelo. Nas ruas secundárias não há nada disso - os moradores dessas ruas podem fazê-lo eles próprios, mas nunca vi isso acontecer. Hoje quando passava por uma dessas ruas secundarias, ia a cerca de 5km/h, porque sentia a estrada super escorregadia, mas tive de parar o carro para dar passagem a outro. Num instante o carro bloqueou as rodas e embateu no passeio. Foi impressionante. Não aconteceu nada ao carro, nem a mim. Mas se houvesse ali uma pessoa, ou um carro ia ser um problema. É muito perigoso conduzir sem o equipamento próprio para a neve.
Mesmo assim, adoro quando neva.

15/01/2013

De volta ao trabalho


Resolvi voltar ao trabalho no final de Setembro, quando a minha menina tinha 9 meses e meio.
Foi difícil, muito difícil, mas teve de ser.
Mais uma vez tive facilidades que não me parece que pudesse ter em Portugal. Deram-me a possibilidade de voltar com um horário adaptado às minhas necessidades. Continuo a tempo inteiro, mas saio às 2h da tarde.
O Childcare por aqui para-se a peso de ouro. Num infantário não nos livramos de cerca de £10/hora, uma ama cobra pelo menos £5/hora. Escolhi uma ama, não só porque é mais económico, mas também porque achei que sendo a A. tão pequenina, ficava melhor com uma pessoa que tenha mais disponibilidade e onde não hajam muitas crianças (= mais germes e doenças).
O processo de escolha da ama (childminder) foi muito interessante. Coloquei os meus dados num site (childcare.co.uk) e fui contactada pelas pessoas disponíveis. Entrevistei três. A primeira era amorosa, mas tem cães em casa  e embora me tenha assegurado que quando as crianças lá estão, os cães ficam no jardim, não me senti muito segura com a situação. Além de que os animais iam para casa ao fim do dia e cheirava um bocadinho a cão. Não gosto. Atenção que eu gosto muito de cães, mas não ao pé da minha bebé. 
A segunda não gostei muito. 
A terceira adorei e teria sido a minha escolha, não fosse o caso de não poder levar a minha filha mais velha à escola de manhã. 
Depois estive uns dias à espera que uma quarta voltasse de férias, antes de reiniciar a minha procura. Esta quarta senhora vive mesmo ao pé de mim. E quando toquei à porta, ouvi lá de dentro alguém dizer, "Look, it´s B." Era a mãe de uma colega da escola da B. Embora eu não me lembrasse de a ter visto nunca, eu não reparo em ninguém que não conheça, ando sempre tão envolta nos meus pensamentos e nos meus planos, que muitas vezes não "vejo" nem quem conheço bem. Mas desde a primeira palavra que senti que aquela senhora era a ama que eu precisava e acima de tudo que a A. precisa. Muito meiga e calorosa, trata a minha bebé como se fosse mais uma filha (ela tem 3 meninas). 
Agora, depois de 4 meses de volta ao trabalho já não custa tanto...

06/07/2012

Licença de maternidade




Aqui temos direito a um ano de licença de maternidade. 
O valor de pagamento depende da empresa para quem se trabalha. 
Na minha empresa, recebi a 100% os primeiros quatro meses; depois passei a ter um valor estatutário  que  é  igual para todas as mães trabalhadoras após as primeiras 8/12 semanas (depende da empresa) que no meu caso se traduziu em cerca de 1/4 do total do meu salário. 
Os últimos 3 meses não são remunerados. Escusado será dizer que a maioria das mães volta ao trabalho ao fim de 9 meses, mas mesmo assim, não acho que seja nada mau.
Ao longo da licença de maternidade temos a opção de trabalhar 10 dias, os chamados dias de manter o contacto, (keep in touch days) que são pagos de acordo com o ordenado e acumulam com o valor de licença de maternidade a receber. 
Quando a mãe volta ao trabalho tem a possibilidade de requerer trabalho flexível (horas flexíveis, ou reduzidas).
Por muito que todas estas condições me façam sentir feliz, muito mais apoiada do que em Portugal, não deixo de sentir um aperto no coração quando penso que em breve vou voltar e ficar separada da minha bebé por algumas horas...

30/01/2012

Gravidez - A segunda




Em 2011 fiquei grávida pela segunda vez na minha vida.
Embora nao esteja a viver no meu país de origem, Portugal, fiquei confiante pois sempre ouvi dizer bem do sistema de saúde em Inglaterra e para dizer a verdade não tenho a menor razão de queixa.
Devo dizer que esta experiência foi muito diferente da primeira, não só porque estou a viver noutro país, mas também porque tenho uma idade diferente, entre outras coisas.

Agradável Surpresa

Há quem me tenha dito que a culpada desta segunda gravidez foi a minha mana, pois foi mãe em Dezembro de 2010 e eu visitei-a em Fevereiro para conhecer o meu novo sobrinho - De modos que este evento pode ter acordado o meu instinto maternal, ou como se diz por aqui " made me broody".
Desta vez eu notei as diferenças em mim. 
A minha roupa estava a ficar apertada. 
O meu peito estava maior. 
As calças de ganga magoavam-me na barriga. 
Pensei para mim: "será que estou grávida?"
Não estava a tomar qualquer precaução e se há coisa que nunca ocupou o meu querido cérebro foi saber a data da minha última menstruação.
Quando chegava a noite e eu ficava a ver televisão sentia uma fome inexplicável (pois tinha acabado de jantar há um par de horas) e um calor que me abafava. 
Pensei muitas vezes que estando eu a chegar aos 40 de certo estava a ter sintomas precoces de menopausa.
Dia 11 de Abril Baptizamos a Beatriz. Eu tinha vestido uma cinta porque estava com a barriga um pouco mais proeminente. 
Reparei também como o meu peito parecia querer saltar do vestido. 
Nesse dia tive quase a certeza de que estaria grávida e prometi a mim mesma que no dia seguinte ia comprar testes e confirmar as minhas supeitas. 
Perguntei a minha mãe se me achava mais gorda - ela responde a isto sempre com muito cuidado, pois sabe que se trata de um tema muito sensível - disse-me: "não estás gorda Sílvia, mas ja tinha reparado como estas muito bonita, não te fica bem quando ficas muito magrinha".
No dia seguinte passei no Sunsburys e comprei três testes. 
Três! 
Cheguei casa e meti-me na casa-de-banho. Estava nervosa, confesso. 
Tinha medo que fosse mesmo a menopausa.
O primeiro teste deu POSITIVO.
Senti um calor subir por mim acima. 
Uma zonzeira. Uma alegria que me invadiu por completo. 
Eu estava grávida com o meu segundo bebé! 
Corri a contar a minha mãe  que ainda cá estava a passar uns dias de férias. Telefonei ao meu marido em histeria. Ele ficou tão contente como eu.
Devo dizer que mais tarde descobri que estava apenas com 1 mês de gravidez, acho que desta vez percebi quase desde o início, porque as transformações começaram muito mais cedo (da Bea, devia estar com dois meses e meio quando descobrimos a gravidez).
Estava (e estou) empregada outra vez. 
Desde que cheguei a Inglaterra a minha vida recomeçou. 
Mudei de carreira, deixei o Jornalismo (que foi apenas um sonho que tive a sorte de poder realizar) e entrei na área de Publicidade Online. Passou-me uma ligeira preocupação pela cabeça, mas logo se esfumou porque a minha manager é uma pessoa muito diferente, muito humana e uma grande amiga.

As parteiras - Anjos

O acompanhamento da gravidez por aqui é algo diferente, embora em termos de exames acabe por ser praticamente o mesmo.
Enquanto que em Portugal as consultas são com o médico de familia, aqui as consultas são feitas com parteiras, sendo que visitamos o médico de familia uma vez por trimestre.
As parteiras (mid-wives) são como anjos na Terra.  Elas fazem o acompanhamento da gravidez no centro de saúde, trabalham no hospital onde vamos ter o parto e são elas quem faz o parto e fazem tambem o acompanhamento pós-parto nos 15 dias que se seguem ao parto, visitando-nos em casa. São pessoas infitamente disponiveis, amáveis, educadas, respeitadoras, sábias, cumplices e tudo de bom que possas imaginar.
As parteiras tiveram sempre palavras amigas e apaziguadoras, tirarm-me todas as dúvidas que ainda tinha nesta segunda gravidez. Sabiam onde estava a minha bebé apenas apalpando a minha barriga.

Menina

Em Inglaterra só se fazem duas ecografias: uma por volta das 12 semanas e uma segunda por volta das 24 semanas. 
Na primeira eco não fazem qualquer menção ao sexo do bebé . 
Na segunda não se esforçam muito por perceber se é menina ou menino e é a última coisa que dizem - primeiro certificam-se de que esta tudo bem com o bebé.
Eu e a Bea queriamos uma menina (eu senti que tinha uma menina a gerar-se dentro de mim), o pai estava na esperança de que desta vez fosse um menino.
A segunda eco confirmou, tinha-mos outra menina a caminho. Escusado será dizer que a Beatriz saltou de alegria, eu fiquei emocionada e eu pensei para mim: "eu sabia!".

Alice

Na minha primeira gravidez disseram-me que iria ter uma menina logo na primeira ecografia. Soube desde logo que ia ser Beatriz, um nome que sempre adorei. 
Quando me disseram acerca desta segunda menina não tinha nenhum nome em mente. 
O nome tinha de se escrever igual em Inglês e Português e soar praticamente igual, era esse o nosso pré-requesito. 
O primeiro nome que me soou lindamente foi Ema. Eu e a Bea andamos uns tempos a chamar-lhe Ema, mas o meu marido não conseguia gostar do nome o suficiente para o dar a uma filha. 
Acabei por fazer uma lista de meia dúzia de nomes que eu gostava e disse ao meu marido para escolher um deles, porque eu gostava de todos. 
Numa das suas viagens a Portugal, enquanto almoçava com a minha família ligou-me e depois de falarmos um bocadinho passou-me à minha mãe que me disse "adoro o nome que escolheste para a menina. Alice é um nome mesmo bonito". 
Foi assim que decidimos que ia ser Alice. Desde a primeira vez que disse este nome que tive a sensação de que não poderia ter sido outro. Sim, a minha bebé era a Alice!

Serena e saudável

A minha segunda gravidez foi muito saudável. Não tive qualquer precalço, nem mesmo as infecções urinárias que me tinham atormentado da primeira vez. Foi igualmente serena. A minha manager foi sempre muito compreensiva, muito amiga e tirando o stress normal do dia-a-dia no trabalho, tudo correu muito bem. 
Quando comecei a chegar ao fim da gravidez comecei a pensar se este parto iria ser desencadeado naturalemente, ou se mais uma vez iria ter de passar pelo horror da indução. 
Partilhei as minhas preocupações com as parteiras, que me asseguraram que cada gravidez é única e que nada indicava que iria passar pelo mesmo. A minha preocupação era tanta que cheguei a pedir que me fizessem uma cesariana às 40 semanas, o que desde logo me foi recusado, alertando-me para os perigos de uma cesariana, que não é mais do que uma cirurgia e como tal deve ser evitada ao máximo. 
Segui o conselho das parteiras. 
Mas cheguei as 40 semanas e nada de sinal de parto. Tenho uma amiga cujo parto estava previsto para a mesma data que o meu, 6 de Dezembro, que teve a menina às 38 semanas. 
Eu comecei a ficar triste. Sentia que alguma coisa devia estar errada comigo. Mas porquê? Porque é que o meu organismo não começa o processo do parto naturalmente, por si mesmo?

Eu Funciono

No dia 12 de Dezembro, por volta das 10h da noite comecei a sentir uma moinha na zona dos rins. Senti também umas gotinhas de liquido a sair e fiquei com a sensação de que era liquido amniótico. Pensei para comigo se seria o início do trabalho de parto. Mas nao me iludi muito, receava a desilusão. Fui-me deitar e não disse nada nem ao meu marido, nem a minha mãe - que tinha vindo no dia 4 de Dezembro para ter a certeza que estava connosco dia 6, para ficar com a Bea e também para conhecer a nova neta e estar com ela uns dias.
Eram 3 da manhã, dia 13 de Dezembro acordei. Tinha a mesma moínha nos rins e uma ligeira dor na zona dos ovários, o mesmo sítio onde dói quando está para se iniciar a menstruação. 
Não tinha a certeza se seriam contracções, pois não se tinham desencadeado naturalmente na primeira gravidez. Fiquei atenta e as "contracções" estavam com uma distância de 30 minutos. 
Estive acordada cerca de duas horas e o intervalo entre as ligeiras contracções manteve-se. 
Acordei já eram 5h da manhã. As contracções mantinham-se espaçadas. Decidi dizer ao meu marido e mãe, mas  não  disse nada a Bea, sabia que ela andava ansiosa porque a mana nascesse e não queria que fosse para a escola a pensar nisso, ou pior, que recusasse ir para a escola, porque tinha dito que queria ir para o hospital comigo.
O meu marido foi levar a Bea a escola e eu fiquei em casa; quando voltou para casa perguntou-me se ainda tinha tempo para tomar um duche e eu disse que até podia tomar um banho, que não  estava com nenhuma dor forte, eram apenas moínhas e contracções espaçadas. 
Liguei à minha irmã para lhe contar a grande novidade, que me parecia que tinha iniciado o processo do parto por mim mesma, mas quando estava a falar com ela embargou-se-me a voz com a emoção e quase que desatei a chorar - consegui manter a postura, mais para não a preocupar.
Enquanto o meu marido estava no banho bem descansado eu comecei a ficar mais incomodada. A minha mãe percebeu logo e apressou-o para que saísse do banho que era preciso ir para o hospital bem depressa. Eu como que ainda a duvidar de que realmente tivesse em trabalho de parto, liguei para o hospital, contei como me sentia e disseram-me para passar la, só para verem como estava.

O Parto

Estava um bocadinho stressada, confesso. Nervosa. Disse que queria ser eu a conduzir para o hospital e assim foi (que eu quando ponho uma coisa na cabeça...). A meio do caminho as contracções começaram a ser mais fortes e mais espaçadas. Eu não querendo dar parte fraca não informei os meus passageiros (marido e mãe), mas ainda pensei que ia ter ali a menina, ha!
Cheguei a St.Peter's Hospital, em Chertsey e fui a andar devagarinho até à recepção. 
Mandaram-me ao bloco de partos para me verificarem o meu estado. Cheguei ao primeiro andar e não estava ninguem disponível para me observar, mandaram-me ao rés-do-chão novamente. Fui observada. Tinha 4 cm dilatação. 
Disseram-me para voltar para casa, ou dar umas voltas no parque de estacionamento. que ainda podia demorar. Quando coloquei os pés no chão senti que não estava em condições de ir a lado nenhum. Quase nem conseguia sair daquela sala. Disseram-me então para ir para o bloco de partos. Cheguei lá com muita dificuldade. Pediram-me que me sentasse e aguardasse, estavam muito ocupadas e não havia camas disponíveis. Eu respondi que não me podia sentar, estava cheia de dores e que se não havia cama para mim que me ia deitar ali no chão, haha. A sra da recepção olhou aflita para mim, foi falar com as parteiras e quando voltou disse-me " arranjamos uma cama para si". 
Foi com dificuldade que dei os passos até à cama que era para mim. Não era só uma cama, mas um quarto, só para mim, com sofás e todo o equipamento necessário.
Comigo no quarto estava a minha mãe e o meu marido. 
Deitei-me meia zonza, com dores, vestida, não tive ideia de vestir a camisa que tinha trazido comigo e nenhum dos meus acompanhantes teve cabeça para se lembrar desse pormenor - nem a parteira que estava a tomar conta de mim se lembrou disso. Eram 10h da manhã quando entrei realmente em trabalho de parto, as 11h30 da manhã estava deitada na cama onde iria nascer a Alice.
Estive sempre acompanhada pelo meu marido e pela minha mãe. A parteira esteve presente a maior parte do tempo, nao me colocou nenhum CTG. Quando eu tinha a contracção oscultava a Alice e verificava se estava tudo bem. Ao contrário do parto da Bea, aqui tinha total liberdade de movimentos e podia estar na posição que fosse mais confortável para mim - embora eu quando tanta dor não pensasse em me levantar. 
Ao fim de 3 horas de dores comecei a rogar pela epidural. A parteira foi chamar o anestesista. Colocou-me o catéter na mão direita. O Anestesista chegou e começou a dizer-me acerca dos riscos que uma epidural pode ter.
 Eis que senti a minha filha ser expulsa do meu corpo. Uma força indescritível, sobre a qual eu não tive qualquer controlo.
Gritei que a minha filha estava a nascer. O Anestesista parou o discurso e olhou para a Parteira, um bocadinho baralhado. A parteira espreitou e não teve tempo de fazer mais nada, do que amparar aquela bebé, que estava determinada a nascer naquele momento. Foram três expulsões espontâneas, em três segundos, eu nao tive qualquer controlo neste acontecimento, e tinhamos Alice no Mundo das Maravilhas!

A espera

O trabalho de parto durou três horas. A Alice nasceu a 13.12.11  à 1.11pm. Tive dores intensas (durante o trabalho de parto mordia a minha mão com a ideia de desviar a dor e a minha mãe oferceu-me a mão dela para que mordesse antes ali, haha, que amorosa - eu nao aceitei claro), mas nada que se comparasse às dores que tive com a indução. 
Não me cortaram, mas rasguei, tal foi a intensidade com que ela nasceu. Fui cosida com anstesia. 
Deram-me uma injeção para ajudar a expulsar a placenta, mas fiquei com a ideia de que do parto da Bea, sem injeção a placenta saiu mais facilmente. 
A menina nasceu, colocaram-ma logo no colo ainda ligada pelo cordão umbilical, tal como fizeram com a Bea. O pai cortou o cordão. Levaram-na para a limpar e colocaram as pulseirinhas de identificação nos pézinhos. Voltaram a colocá-la no meu colo, nuinha. 
A parteira entrava e saía do quarto. 
Entrei em choque, uns minutos depois do parto. O meu corpo tremia sem controlo. Aconteceu-me o mesmo com a Bea. Passou depressa e sem dramas. 
Entretanto o meu marido foi buscar a Bea à escola. Eu pedi à parteira para me ajudar a limpar e mudar para a minha camisa antes da minha filha mais velha chegar. Tinha tido a minha filha com o vestido com que tinha chegado. A parteira  saía  e demorava-se meias horas. Depois vim a saber que estavam com falta de pessoal e que a  minha parteira estava a tratar de duas mulheres ao mesmo tempo.
Chegou a minha filha mais velha e eu ainda cheia dos liquidos e sangue na cama. Ela viu tudo com naturalidade e ficou maravilhada com a irmã.
Quando o meu marido voltou com a Bea e a minha mãe, cerca de duas horas após o parto, eu estava prontinha para tomar o duche. Fui sózinha. Não queria ninguém comigo, mas confesso que estava meia zonza. Depois do duche, vesti a minha roupa de rua e fui com o meu marido apanhar ar fresco e buscar algo para comer, porque não tinha almoçado. Soube mesmo bem sair a rua depois de todo aquele alvoroço. Voltei ao quarto e nem sinal da parteira. Já eram cerca de 4h da tarde. Por volta das 7h da tarde o meu marido, filha e mãe foram para casa e eu fiquei no quarto do bloco de partos, tinha de esperar que me dessem ordem para descer para a enfermaria. 
A minha parteira acabou o turno e disse-me que em breve me iriam buscar para a enfermaria. Eram 8h da noite. Eu sentia-me esgotada. Queria ir descansar. Estava ali naquele compasso de espera. Não chegava a adormecer porque estava sempre a pensar que chegaria alguém para nos levar para baixo. 
Eram cerca da 9h da noite quando uma auxiliar chegou com uma cadeira de rodas, para me levar para a enfermaria. Disse-me que a cama estava livre há algumas horas, mas não tinham ninguém para me ir buscar. Eu disse que não queria ir na cadeira, que queria ir a andar. A auxiliar ficou boqueaberta e quando chegámos a minha cama disse-me que se tinha esquecido fazer uma tour pela enfermaria (dizer onde eram os pequenos almoços, etc) porque estava surpreendida coma minha mobilidade. Fomos alegremente a conversar e descobri que a auxiliar é tia de um menino que anda na escola com a Bea já há alguns anos.
No dia seguinte, por volta das 11h da manha fizeram o check-up final e tivemos alta para ir para casa. Era Quarta-feira e fui buscar a minha filha mais velha à escola. Sentia-me (e sinto) muito feliz. Eu funciono. O processo começou naturalmente e correu tudo bem.

14/01/2012

Gravidez - A primeira



Fui mãe pela segunda vez há cerca de um mês. 
Tive uma experiência maravilhosa e já há umas semanas que ando a pensar em fazer o relato do meu parto, aqui em Londres. 
Mas ao pensar nisso, decidi primeiro relatar o meu primeiro parto, em Portugal, para que possa comparar os dois sistemas.

Não fazia a menor ideia 

A minha primeira gravidez foi há cerca de oito anos e meio, comecou em Outubro de 2012.
Trabalhava na revista Maria, Impala. Vivia em Mem-Martins, Sintra, num apartamento situado no 4o andar esq. 
Em termos de saúde tive uma gravidez boa, com a excepção de um par de infecções urinárias, uma delas bem chatinha. Andava maravilhada com todas as mudanças que o meu corpo passava e com aquele ser que se gerava dentro de mim. Mais maravilhada ainda com as ecografias. Fizemos três no total e desde a primeira que nos disseram que 99% era uma menina. Soube desde o início que se ia chamar Beatriz, o meu nome de sonho, que sempre adorei. A primeira eco fiz  às 10 semanas, a segunda foi perto das 20 semanas e a última por volta das 24 semanas. Acabei por fazer uma extra, como contarei mais a frente. 
Não fazia a mínima ideia de estar grávida Uma colega chamou-me a atenção para que o meu peito estava maior, questionando se estaria grávida, a que respondi prontamente que não. Mas fiquei com a pulga atrás da orelha e uns dias depois o meu cunhado deu-me uns testes de gravidez que fiz pensando que iam dar negativo. Fiz 3 testes e todos davam positivo. Eu não conseguia acreditar, porque não notava nenhuma diferença no meu corpo, mas lá acabei por ir ao médico, que me informou que se os testes eram positivos, eu estaria grávida.
 Marcou-me a primeira eco e eu achava que se ia descobrir nesse dia que eu não estava grávida, pois não sentia ou via sinal nenhum. 

Stress no trabalho

Em termos psicológicos tive uma gravidez cheia de desafios. Trabalhava na revista Maria, como Jornalista e ocupava um bom lugar na redacção. Era das pessoas que saia mais em reportagem e tinha a meu cargo (partilhado com uma outra colega) a cobertura do Big Brother, o que era em si muito prestigioso. 
A minha directora era muito minha amiga, mas quando a informei que estava grávida, fez um sorriso amarelo e perguntou-me se eu sabia que ser mãe ia mudar a minha vida para sempre. Eu disse que sim, mas não fazia a menor ideia do que ela estava a falar - devo dizer que a dita senhora já era mãe de duas crianças
Conforme a gravidez avançava a minha relação com a directora da revista azedava cada vez mais. Atribuía-me reportagens  à noite, até altas horas, longe de Lisboa, tendo de viajar mais de 200km num só dia, entre outras coisas. Quando lhe disse que preferia trabalhos mais perto e a horas diferentes, porque me custava devido a estar grávida, disse-me que a gravidez  não  era doença e uma vez perguntou-me directamente se me estava a recusar a fazer o trabalho.
Tudo isto vinha com uma crescente falta de consideração e respeito. Acabou por me retirar dos trabalhos de rua e atribuiu-me a gestão  das novelas, na redacção, o que era um trabalho muito aborrecido, mas que aceitei sem reservas.
Foram muitas as lágrimas que verti naquela  redacção,  durante a minha gravidez. Andava sempre muito enervada, muito stressada, devido ao modo como a minha directora me tratava. O que me valia era o meu marido, que em casa me dava paz e devolvia a harmonia que tanto me fazia falta. 

Imprevistos

A minha filha estava prevista para dia 9 de Julho. Iniciei a minha licença de maternidade no dia 1. O dia 9 chegou e nada de sinal de parto. Cheguei perto das 42 semanas, dia 17 de Julho tive uma consulta no hospital onde ia ter a minha filha, Hospital Amadora-Sintra, e verificaram que a minha tensão arterial estava demasiado alta. Aconselharam-me a ficar internada nesse mesmo dia e a ser induzida no dia seguinte. Eu estava muito frágil, nunca tinha estado internada num hospital, chorei, mas fiquei.
Nesse mesmo dia fizeram mais uma eco.
Na manha seguinte informaram-me que a eco do dia enterior tinha deixado uma suspeita de um pequeno problema no coração da bebé e que o cardiologista tinha de fazer uma eco promenorizada ao coração da bebé. Fiquei em choque. Estive em pânico durante toda a eco. O cardiologista não dizia uma palavra, estava super concentrado em verificar todos os cantinhos do coração da minha Beatriz.
Acabou a eco e o cardiologista, muito calmo, disse-me que estava tudo bem e que tinha sido falso alarme.
Subi para enfermaria meia aparvalhada e ainda dormente com toda aquela adrenalina.
Lá em cima (na enfermaria) a notícia espalhou-se rápido entre as enfermeiras e todas me davam os parabéns ao passar.
Ao meio dia, no dia 18, comecou a indução.
Passaram um par de horas e nada.
Fui dar umas voltas pelo hospital, porque me disseram que ajudava a iniciar o processo. Ás 3h da tarde senti a primeira contracção.
Rapidamente voltei a enfermaria e deitei-me. Colocaram o CTG na minha barriga, para controlar o batimento cardíaco da bebé e outro aparelho que reportava a intensidade das contrações.
Uma hora depois eu já estava com dores horríveis e de vez enquando dava gritos bem altos, mais para chamar a atenção das enfermeiras, achava estranho estar ali sozinha e nao me dizerem em que fase estava, ou se ainda faltava muito.
O meu marido esteve sempre comigo, massajava-me os rins e isso ajudava muito.
A certa altura, uma enfermeira já de idade e muito simpática perguntou-me se eu queria que ela me rebentasse as águas, que isso acelarava o processo. Eu disse logo que sim. Ela fê-lo. Senti um mar de água morna inundar-me as pernas.

Descida ao bloco de partos

A enfermeira ligou para o bloco de partos, informou-os de que as minhas águas tinham rebentado e mandaram-me descer. O meu marido não pôde entrar.
Colocaram-me numa sala pequena, que mais parecia uma dispensa.
Primeiro ainda lá estava um enfermeiro, mas as dores comecaram a ser insuportáveis e eu gritava como uma louca. Comecei a perder o controlo.
Ele, em ar de gozo, fazia perguntas idiotas, como: "mas porque grita tanto?" e eu acabei por lhe responder mal. Ele deixou-me ali sozinha.
A certa altura tinha uma vontade enorme de urinar. Chamei-os. Não vieram. Tirei o aparelho que monotorizava o batimento cardíaco da bebé, veio logo uma enfermeira a corer e ralhar comigo e eu aproveitei para dizer que queria ir a casa de banho. E depois voltou o tal enfermeiro e uma auxiliar. Queriam-me por a arrastadeira. Barafustei, dizia que não queria fazer na arrastadeira, sempre me deu tanto nojo, queria que me ajudassem a ir a casa-de-banho. Disseram que não. Lá acedi a que me colocassem a arrastadeira, não tinha alternativa. Mas quando precisava de levantar o rabo para a colocarem não o conseguia fazer, porque as contracções eram já muito fortes e o espaço entre elas muito curto. Cada vez que fazia o gesto de começar a elevar o corpo, tinha uma contração maior que tudo e não conseguia mover um dedo que fosse. Eles não me ajudaram. Simplesmente puseram um ar de enfado, como se eu estivesse a fazer de propósito e começaram a ameaçar que me algaliavam. E foi o que fizeram. Tive dores horveis para o fazerem, mas ao menos aliviei-me. Estava eu num mundo de desorientação, com dores que ultrapassavam todos os meus limites quando de repente ouço uma voz doce: “Oh Silvia, então?” Olhei e de repente nem via mais que uma imagem meio desfocada. Quando foquei melhor vi que era uma rapariga que eu conhecia muito bem desde pequena, Cidália. Nao vos sei dizer o alívio que senti ao -la ali, parace que até as dores se amenizaram. Falou-me com ternura e acalmou-me. Eu estava como louca, tinha perdido o controlo completamente - gritara como uma louca há cerca de hora e meia, estava toda suada e esgedelhada. A Cidália falou com as pessoas que estavam responsáveis por mim, e parace que as caras passaram a estar mais simpaticas.
Entretanto tinham dito ao meu marido que podia ir jantar à  vontade, que eu estava muito atrasada e que lá para as tantas da manhã é que deveria nascer.
Passava pouco das 6.30 da tarde quando senti a minha bebé fazer força para nascer. Gritei a bom gritar que me ajudassem pois a minha filha estava a nascer.

Olá Beatriz

Tinham-me deixado sozinha a gritar naquela dispensa. Apareceu uma senhora de cor, muito simpática e cheia de calma. “Então dizes que a tua filha está a nascer? Mostra lá”. Quando espreitou ficou nervosa e disse alto para me levarem logo para o bloco de partos, que aquela bebé estava a nascer. Eu dizia que era preciso ir buscar o meu marido, que ele estava lá fora e queria assistir.
Foi tudo muito rapido. De repente estava no bloco de partos e o meu marido ao meu lado, todo vestido de verde, lol. Pediram-me que fizesse força 3 vezes e a minha Beatriz nasceu.
Foi muito emociante vê-la, finalmente.  A minha menina estava ali, era perfeitinha e Linda. Colocaram-na no meu peito ainda ligada pelo cordão umbilical.
 Nasceu às 6.45pm. Fiz-lhe umas festinhas timidas nas mãozinhas. Colocaram-lhe as pulseirinhas de indentificação (uma na mão e outra no pé) e levaram-na.
Retiraram a placenta, o que  me causou algumas dores e coseram-me, acho que sem anestesia. Em Portugal cortam-nos para que nao rasguem nos sitios errados, e levaram-me duas horas a descansar para o recobro. Dormi um sono pesado e revigorante.

Depois da tempestade…

Quando acordei apareceu logo uma auxiliar muito querida, perguntou se queria que trouxesse a bebé e eu disse que sim.
Lavou-me delicadamente e mudou-me a a camisa de dormir. Tratou-se com muio carinho. Senti-me no Paraíso. A Beatriz nasceu com APGAR 10. Mamou logo que a coloquei na mama e  estava ainda a mamar quando nos levaram para a enfermaria. No caminho tive a surpresa maravilhosa de encontrar o meu marido no corredor, que estava na esperança de ainda nos ver mais uns minutos. Quase não pararam, mas senti-me feliz por o ver ali. Sabia que na manhã seguinte estaria lá para me visitar.
A Beatriz nasceu numa sexta-feira. No Domingo perto da hora do almoço tivemos alta e fomos para casa. Levei os meus jeans (que usava antes de estar grávida) vestidos. Tinha o meu cinto elastico pós-parto que me permitiu entrar na roupa pré-parto num instante.

Voltar ao trabalho

Estava muito feliz. 4 meses depois devia voltar ao trabalho. Coincidia com a renovação do meu contrato (já tinha renovado dois contratos e antes da gravidez tinham-me garantido que iria passar a efectiva) - quando faltava um mês para voltar recebi uma carta a dizer que a Impala não ia rebovar o contrato, nem passer-me a efectiva. Fiquei desempregada. Por um lado senti-me muito feliz, por ia estar mais tempo com a Beatriz e para dizer a verdade andava horrorizada com a ideia de ter de lidar com a minha directora. Mas na verdade foi desastroso. Acabei por ficar dois anos e meio desempregada. Em casa com a minha filha querida. Mas a nossa vida em termos financeiros deteriorou-se. Ninguém me dava emprego. Perguntavam se tinha filhos e quando ouviam dizer que tinha uma menina de meses, riscavam-me da lista de candidatos. Esta situação fez com que tomássemos uma decisão que mudou as nossas vidas radicalmente: emigramos para Inglaterra…



30/01/2010

ANITA


ANITA
Originally uploaded by Pink Pink
Uma das minhas boas lembrancas de infancia. Cada vez que vejo estas ilustracoes, leio estes textos parece que me teletransporto para um tempo no passado....Uma delicia!

11/12/2009

Apostar



Já há algum tempo que por aqui não escrevo.
Não é que não tenha nada que contar, muito pelo contrario, tem-se passado tanta coisa na minha vida, que nem tempo tenho para reflectir, para contar...
Coisas boa e más, mas positiva como sou, centro-me apenas nas coisas boas e procuro aprender algo com as más.
Ha cerca de um ano estava eu a recomeçar a uma carreira profissional: Publicidade Online, que por cá está em grande ascensão e já se apresenta como uma fonte de rendimento mais forte que a publicidade impressa.
Estive um ano a trabalhar com uma editora de revistas na área de informática , no meio dos meus ex-colegas jornalistas. Por vezes olhava-os e sentia uma certa melancolia, mas estar ali, ao lado dos meus colegas jornalistas, fez-me ter ainda mais a certeza de que fiz a decisão correcta em deixar o jornalismo e lançar-me em direcção do Marketing e Publicidade.
Neste ano aprendi imenso, com um manager excelente, mas cheguei a uma altura em que sinto necessidade de crescer mais um bocadinho.
Foi então que surgiu uma nova oportunidade, que me vai permitir avançar nesta nova carreira e que por coincidência fica até bem mais perto de minha casa.
Começo em Janeiro de 2010 e estou super entusiasmada!

10/03/2009

O lado bom...


Comecei a trabalhar aos 20 anos. O meu primeiro emprego foi como entrevistadora para a Marktest. Ainda estava na Universidade. Julgo que estivesse no 2 ano.
Ja trabalho ha cerca de 15 anos. Foi preciso vir para Londres, para primeira vez na minha vida, estar efectiva numa empresa.

Fica efectiva nunca teve grande importancia para mim. Eu queria era andar de sitio em sitio a ganhar experiencia, conhecer novos metodos e novas pessoas. E foi o que fiz durante muito tempo.

Mas por aqui, as pessoas que nao sao efectivas sao tratadas de maneira diferente. Parece haver uma certa desconfianca, uma ideia que de um momento para o outro vais deixar de ali estar e ninguem conta contigo.

Por isso e por estar num altura em que procuro desenfreadamente sentir-me segura, solida, neste momento foi muito importante ter este estatuto.

Estou efectiva, ou permanente - como se diz por aqui - dizem-me que tive muita sorte, dado o cenario economico - Gosto do meu trabalho e da equipa onde estou inserida, mas eu ja penso no proximo salto e comeco a escutar o mercado e futuras oportunidades....Isto e normal?

16/02/2009

Desafio




Fui desafiada pelo Peter WouldDo, do Loucura Londrina para escrever seis coisas aleatórias sobre mim.

Aqui ficam:

1- Nao gosto de Autoridade nem Autoritarismos

2 - Nao consigo viver sem estar envolvida num projecto (e quando isso nao acontece naturalmente, eu invento um)

3- Gosto de mim como sou, mas quando puder faco um upgrade

4- Sou 100% citadina, mas comeco a ponderar sobre a vida numa quinta (nao muito longe de uma grande cidade)

5- Procuro sempre concretizar os meus sonhos (ja concretizei alguns)

6 - Gostava de ter mais filhos e acho que vai acabar por acontecer.


As regras do desafio são:

1. Escrever as regras do desafio;

2. Linkar a pessoa que me desafiou;

3. Contar seis coisas aleatórias sobre mim;

4. Passar a seis blogs;

5. Ir aos blogs avisar que foram desafiados.

17/01/2009

Acolhedor * Welcoming

Acolhedor: adj. e s.m., que ou o que acolhe bem; que ou o que recebe bem; hospitaleiro; afável.
Diria que é a mais marcante característica do povo inglês. 
Todos são incrivelmente hospitaleiros, acolhedores. 
Desde o primeiro dia em que estou aqui que me sinto rodeada por pessoas calorosas, acolhedoras, sem preconceitos, onde o conceito multicultural se assume no seu todo.
Sou rececebida com sorrisos e disponibilidade. 
E de vez enquando faço amigos, nas alturas em que menos espero. 
Sinto-me tão bem entre o povo inglês, que posso dizer que quase nem sinto que não estou a viver no país onde nasci.
Nao sou daquelas pessoas que sai de Portugal e depois passa o resto da vida a dizer mal. 
Portugal tem as suas coisas boas, tem coisas que funcionam melhor do que aqui, mas no seu todo, sinto-me muito melhor neste país. 
Mesmo em alturas difíceis, como a que o mundo esta a passar agora, há sempre um clima de esperança, de luta, de transpor barreiras, uma ideia geral de que não há impossíveis.
Publicamente expresso o meu agradecimento aos Britânicos no geral, ingleses em particular, por ser um povo tão acolhedor.

2009 ou Os Pares e ímpares da Minha Vida


Sempre tive uma "coisa" pelos  números pares.
Sempre achei que seriam mais simpáticos, que era mais Eu. 
Nasci num ano par e num dia par. 
Para mim isso sempre chegou para achar que os números pares são a minha boa sorte.
Até a minha filha nascer num ano ímpar, embora num dia par :) comecei então a achar que o ímpar não seria assim tão mau.
2009 a prióri seria um ano em que não  poria grande fé (por ser ímpar). 
Mas neste momento é para mim um ano de concretizações. 
De avanços. 
A vida é feita de avanços e recuos. 
Mas este ano, ímpar, será de avanços. De progressão. De concretização.
Desejo um feliz 2009 a todos os amigos que aqui me visitam!

15/11/2008

She....


Desde o dia em que nasceu a minha filha que me sinto uma pessoa diferente. O meu mundo ficou diferente. Mudou. Muito. Para melhor. Teem sido imensos os momentos de pura felicidade que tenho tido com a minha filha.
Posso dizer que o primeiro foi ve-la nos bracos da enfermeira
apos ter saido do meu ventre e logo a seguir foi senti-la aconchegada a mim, em paz, ainda ligadas pelo cordao umbilical
outros momentos de felicidade se seguiram.
Podia falar aqui de como me deliciava ficar simplesmente a olha-la a dormir
ou acordada
de quando sorriu a primeira vez
de quando comecaram a nascer os dentinhos aos 3 meses
do meu pasmo ao ouvir as primeiras silabas e por volta dos 8 meses comecar a tentar dizer mama, papa e baco (o nosso cao)
de como adoptou a palavra "botaa" para dizer sim, nao isto, aquilo e aqueloutro
de como comecou a dancar antes de gatinhar
de como comecou a gatinhar e depois a andar
de como aos 2 anos se adaptou tao bem ao infantario, habituada a estar sempre comigo e de como isso contrariou previsoes familiares de que iria ter dificuldades, por sermos tao ligadas
da forma como se adaptou muito bem a outro pais, quando decidimos emigrar
de como se tem revelado cada vez mais parecida comigo, em imensa coisa, numa forma melhorada
do brilho nos meus olhos quando a professora a semana passada me disse que ela teve o melhor exame de matematica
da ternura que senti ao ver que o primeiro dentinho de leite se prepara para sair e o primeiro dente definitivo ja esta a nascer
de como erradia alegria, do grande sentido de humor da cabecinha na lua.
Podia-vos falar disto tudo, mas prefiro dizer-vos apenas que sou uma mami feliz!

25/09/2008

Super Poderes

(photo from google images)

Acontecem tantas coisas ao longo do crescimento da minha filha, que por muito que me deliciem, acabo por me esquecer de imensas.
Gostava de ter a disciplina de sentar e escrever um diario sobre todas as fases da minha filha, mas sou uma indisciplinada, pronto.
Este ano na escola vao falar de graus de parentesco. A professora pediu que fizessemos uma arvore geneologica, se possivel com fotos. A minha filha ja so tem os avos maternos.
Comecei a pensar que melhor seria começar a explicar um bocadinho da nossa familia, para que depois quando falarem dos quatro avos, ela nao estranhe nunca ter conhecido os avos paternos.
Dizia-lhe eu entao:
"tal como a mamã tem pai e mãe, que são os teus avós, o papá tambem tinha pai e mãe, que eram os teus outros avós..."
Nestas alturas (de grandes novidades) ela arregalha os olhitos, fica muito atenta, como que a absorver tudinho.
Expliquei-lhe entao que ja falceram ha algum tempo e que Jesus levou-os para o Ceu, um sitio muito bonito, onde eles sao muito felizes.
A noite contava ela ao pai:
a mama disse-me que os teus pais, os avos, morreram e que estao no ceu. Sabes como eles foram para o ceu papa?
E o pai, ja meio zonzo com o tema: nao filha, como?
Foi Jesus. Sabes, Jesus tem superpoderes e consegue faze-los levitar e subir para o ceu. Mas se forem muito gordos, Jesus precisa de ajuda, porque sao muito pesados.
Acabamos todos a rir a gargalhada e ela a olha para nos indignada, como quem pergunta...estao-se a rir de que??