Obediencia

Tantas e tantas vezes me queixo que a minha filha não e obediente. Teimosa, teimosa, digo eu vezes sem conta.
Há quem diga que tem uma personalidade forte, eu às vezes ate acrescento, bastante obstinada.
Há uns dias fiquei a pensar se não estarei às vezes a exagerar.

Fomos comprar um gelado, àquelas carrinhas que passam na rua. Pedi um gelado de copo, porque os outros acabam por começar a derreter e a "piquena" suja-se toda. O "bom" do senhor toca de nos servir num copo igualzinho aos do Epá e com um ar muito simpatico poe duas pastilhas no fundo do gelado (mesmo iguais as que vinham no Epá).

Embora já tenha 5 anos (o tempo passa...) nunca comeu pastilhas, há exepção da ultima vez que andamos de avião, para prevenir os ouvidinhos tapados. Então, expliquei-lhe que a pastilha era apenas para mastigar e nunca engolir, que fazia muito mal. Repeti o aviso umas duas vezes. Respondeu-me que sim, com uma cara de "mas que raio sera isso so de mastigar e deitar fora?".

Passado um bom bocado ainda estava a miuda com o gelado, ja todo liquido no copinho. Disse-lhe que se não se despachasse tinhamos que o deitar fora. Passado um bocadinho olhei para ela e estava ja a bebe-lo aos poucos. De repente vejo-a com aquela cara que fazemos quando estamos com a boca cheia de agua, a boxexar ou assim, sabem?
Começo eu:"Bia, nao faças porcarias com o gelado! Se vais beber, bebe, mas isso nao."
E ela nada, assim continuava com as boxexas cheias, qual hamster.
Eu volto a carga:"filha, sabes que detesto que sejas teimosa e que faças porcarias. Engole isso."
E tive de o repetir mais umas duas vezes. A cada vez que eu dizia isto, ela arregalava os olhos e dizia que nao com a cabeça.
As tantas ja irritada digo-lhe, "olha, ou engoles ja isso, ou eu tiro-te o copinho e levas uma palmada!"
Perante a situação cedeu.
Disse-me de seguida:"Oh mami, mas tu tinhas dito que nao se podia engolir" e choramingava. Eu olhava confusa e perguntei do que estava a falar.
"A pastilha mami, a pastilha, eu estava a mastigar a pastilha...Agora engoli-a porque tu disseste." E continuava a choramingar.
Perante isto, pedi-lhe desculpa e expliquei-lhe o que se tinha passado. E disse-lhe que nunca mais a engolisse, mesmo que eu dissesse...
Não é assim tão teimosa, tadinha.